Utopio

Vivo com a noção de que nunca voltarei a ter uma experiência como a que vivi há cerca de um ano. É triste pensar nisso, já que sei que não se repetirá. Porém, o seu carácter único apela à nostalgia que deriva de toda a aventura, o que é bastante reconfortante. Traz-me uma paz genuína … LER MAIS

A “Falsa” Utopia

Com o intuito de experienciar tudo o que era possível, decidi ficar em Caminha durante seis anos, para poder viver as três estações do ano. Os habitantes, desde cedo, aprenderam as regras básicas da boa educação e do comportamento necessárias para o convívio social. Nasceram com uma enorme propensão para a virtude e, na escolha … LER MAIS

Dia Mundial da Língua Portuguesa

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de … LER MAIS

Prémio Contos da Quarentena

O Prémio “Contos da Quarentena” promovido pela Livraria Lello visa incentivar a criação de contos por escritores anónimos portugueses e internacionais, que relatem, em modo ficcionado, a sua experiência neste período de exceção em que todos vivemos graças à pandemia causada pelo vírus Covid-19. Pretende-se galardoar 6 dos participantes, que apresentem obras inéditas de ficção … LER MAIS

A Um Poeta

    São Miguel Arcanjo, Guido Reni (1636)Santa Maria della Concezione dei Cappuccini (Roma)       Tu, que dormes, espírito sereno, Posto à sombra dos cedros seculares, Como um levita à sombra dos altares, Longe da luta e do fragor terreno,   Acorda! é tempo! O Sol, já alto e pleno, Afugentou as larvas tumulares… Para surgir do seio desses … LER MAIS

O Flagelo da Indiferença

Neste momento tão atípico das nossas vidas, um pai e uma filha decidiram desafiar o confinamento e libertar a imaginação…. Havia alguns meses, talvez, que a família não passava reunida sequer um domingo. Ironicamente, flagelados não por um vírus, os quatro membros eram apartados pelo trabalho, pelas obrigações e pela incapacidade de priorizar momentos de … LER MAIS

Novas Páginas de “Os Maias” – Chopin, Op. 62, no. 2

Chovia ferozmente. Os pingos d’água rugiam numa intensidade descontrolada. Ouviam-se as árvores a revolverem-se violentamente, as ramagens a espreitarem a água que tombava dos céus e um nebuloso sonido de trovoadas. Precipitou-se, alarmada com os raios que agora incidiam sobre a terra, bateu gentilmente à porta duma residência na Rua de S. Francisco. Um criado … LER MAIS