Escrito à Maneira de Saramago: o “espetáculo do mundo” no século XXI

Aqui acabam as nuvens e principiam os asfaltos. Ricardo Reis, um tipo alongado, sereno e de olhar altivo, admirava sossegadamente os amplos salões do aeroporto Francisco Sá-Carneiro, no qual desembarcara. Deseja comprar um pack de viagem, indagou um vendedor de ar enfadado. Não, muito obrigado, respondeu formalmente Reis. Invadido pela balbúrdia da Baixa Portuense, minutos … LER MAIS

Homenagem a uma palavra lida em Herberto Helder

Por vezes de um dia que vivemos, de um filme, de um poema… por vezes de alguém, conservamos uma palavra. Não saberemos explicar porquê, mas essa palavra aloja-se dentro do nosso pensamento, atravessa vagarosamente os nossos silêncios, fecha-se à chave dentro de nós. Estamos, depois, sempre a vê-la. Anos e anos passaram e nunca pensámos … LER MAIS

“O Nome da Rosa”, Umberto Eco

O Nome da Rosa, de Umberto Eco, está escrito de forma tão intensa que muitas vezes me encontrei completamente envolvida na história, quase como se conseguisse ver as personagens e paisagens a pairar em volta do livro. Com uma narrativa tão interessante que deixa o leitor preso às páginas, surpreendido pelo enredo inesperado e ansioso … LER MAIS

O Flagelo da Indiferença

Neste momento tão atípico das nossas vidas, um pai e uma filha decidiram desafiar o confinamento e libertar a imaginação…. Havia alguns meses, talvez, que a família não passava reunida sequer um domingo. Ironicamente, flagelados não por um vírus, os quatro membros eram apartados pelo trabalho, pelas obrigações e pela incapacidade de priorizar momentos de … LER MAIS

Cartas de um Cavaleiro Arrependido #3

Palácio dos lírios, 10 de junho de 1503 Doce e sumptuosa donzela, A minha mágoa sufoca-me de cada vez que penso em Vossa Alteza. O meu palácio transformou-se num lago de tristezas que me lembram a maldade que cometi. A princesa roubou o meu coração, pelo que pretendia demonstrar o meu arrependimento e remorso. No … LER MAIS

Cartas de um Cavaleiro Arrependido #2

                Palácio dos corvos, 7 de agosto de 1458   Minha profunda paixão,   Encontro-me, neste momento, prostrado no gélido chão do meu obscuro castelo, coberto de tristeza e de lágrimas sem fim. A mágoa compromete a minha capacidade de descrição sentimental. O meu coração, por uma só … LER MAIS