“The Shape”, dirigido por Jaco Van Dormael, é uma curta metragem que convida o espectador a refletir sobre o tema da liberdade, nomeadamente, da liberdade de informação.
Um tema que poderia parecer obsoleto no nosso continente até há umas semanas atrás, ganha, agora, a expressão de episódios, em que a liberdade está a ser retirada a milhões que são obrigados a fugir, a esconderem-se, a serem impossibilitados de obter informação, a serem obrigados a lutar numa guerra que não lhes pertence, porque, jnvariavelmente, as guerras nunca pertencem a quem nelas luta.
Em “The shape”, o poder opressor que invade a pacata vila é representado por uma nuvem negra que mancha meios de comunicação e informação (livros, rádio, computador), porque é isto que a opressão é: a progressiva eliminação de contacto com o mundo exterior, num ato de domínio sobre as pessoas, com auxílio da censura. Mas como derrubar uma déspota? Da forma mais “simples” que poderá parecer, através da união, da resistência. Na curta-metragem, os cidadãos continuam a tocar música, a ler livros, por mais censurados que estes sejam. Estes pequenos atos de oposição culminam num grito de liberdade, imortalizado nas palavras de Paul Éluard – É para e pela liberdade que (sobre)vivemos.
Leonor Pinto, 11.ºD