Na obra Contos Fantásticos, de Edgar Allan Poe, entre os temas que percorrem o livro, está presente a obsessão, que condiciona diversas personagens.
Assim, a presença desta neurose, bem como das suas repercussões, pode ser observada em seis contos integrantes da coletânea. Logo nos títulos de algumas narrativas (“Ligeia”, “Morella” e “Eleonora”, às quais um nome feminino serve de título), é possível adivinhar a obsessão de uma personagem por uma figura feminina, tal como a posição de cada uma delas como foco central da ação.
No entanto, esta psicopatologia é mais notável na caracterização das personagens integrantes dos contos. Deste modo, são notáveis comportamentos obsessivos por parte de personagens pertencentes a contos como “Metzengerstein, o Mito Húngaro” (afeição excessiva do protagonista por um cavalo), “Ligeia” (pensamento imoderado do narrador acerca da sua falecida amada), “Morella” (obsessão do narrador pela morte da sua esposa), “Eleonora” (devoção exagerada do protagonista pela promessa que fizera à sua finada querida), “O Gato Preto” (pensamento constante que o narrador dedica ao sentimento de ignorância que o seu gato lhe suscitava) e “O Retrato Oval” (dedicação desmedida de um pintor à obra que pintava).
São de referir, também, as consequências negativas que ocorrem às personagens que agem de uma forma viciosa, podendo estas surgir sob a forma de um incêndio (destruição dos bens), uma possessão ou uma morte. Este desfecho é o mais comum e o que geralmente acompanha os outros dois (muitas vezes, os incêndios ou as possessões causam a morte de um integrante da ação).
Em suma, a obsessão está entranhada nesta obra, ficando claro que o autor pretende criticar, através das personagens, aqueles que manifestam comportamentos obsessivos ou se deixam invadir por pensamentos obsidiantes. Por conseguinte, os diferentes contos levam o leitor a refletir sobre as repercussões negativas dos seus vícios.
Miguel Carvalho, 10.ºA
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