Medo de ti

Caminhava em direção à escola, arrastando as solas dos sapatos desgastados pelo chão áspero e frio do inverno rigoroso, enquanto os pássaros entoavam os seus cânticos melancólicos. A minha face e braços eram cortados pelo vento álgido, à medida que o meu cabelo esvoaçava acolhido nos seus braços. Após passar por várias ruas sinuosas e … LER MAIS

Medo

Por aquela altura ainda tinha medo. Nos dias insípidos de inverno, escondia-me do mundo, trancava-me nos meus pensamentos e esquecia-me de quem era. Pensava que assim tudo se resolveria. Não é verdade que o tempo cura tudo? Não, respondo. “Talvez se ignorar esta angústia, ela desaparece”, pensava eu. Pensamento tão absurdo e incongruente, que tinha … LER MAIS

Escrito à maneira de Saramago: o “espetáculo do mundo” em pleno século XXI

O dia bem podia ter dado em chuvoso. Não seria isso, contudo, que impediria que o nosso já conhecido, agora insone, hóspede saísse da cama de seu quarto num requintado hotel, somente reservado a quem, como ele, prefere a discrição que o dinheiro pode proporcionar e que respeitaremos, evitando ferir algumas suscetibilidades mais suscetíveis de … LER MAIS

Stephen Hawking, estrela da ciência?

Stephen Hawking, estrela da ciência?   Sim, é uma pop star. É uma espécie de Lady Gaga, ou talvez mais célebre do que a Lady Gaga. Talvez mais célebre do que muitas estrelas pop modernas. Porquê? Porque tinha um grande humor, um sentido de humor próprio para a comunicação. Prestou-se, por exemplo, a aparecer num episódio … LER MAIS

“O Ano da Morte de Ricardo Reis” — Peça de Teatro da Companhia Éter

A peça O Ano da Morte de Ricardo Reis, baseada na obra homónima publicada por José Saramago em 1982, procura ser fiel à essência do romance, adaptando-o, ainda assim, de forma inovadora. Após uma leitura da obra, seria natural o leitor esperar um texto dramático denso e extenso, que procurasse igualar os pormenores imaginados pelo … LER MAIS

Natal e não dezembro

Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio, num presépio, num prédio, num presídio, no prédio que amanhã for demolido… Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, porque esta noite chama-se Dezembro, porque sofremos, porque temos frio. Entremos, dois a dois: somos duzentos, duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos … LER MAIS