REM: A Teoria Holística

Era uma vez…. Mentira! Era para sempre! Naquele dia tive a certeza de que aquela realidade tinha de ser transformada em algo eterno. Não havia alternativa! Talvez até houvesse, mas em REM duvidamos do que é fácil e não desistimos do que é difícil.

Imagino que se estejam a questionar onde fica REM: meus caros, REM está aqui, ao alcance de todos. Contudo, somente poucos afortunados conseguem explorá-lo na sua plenitude. A maioria das pessoas nunca o visita; alguns visitam-no apenas durante a noite, através dos misteriosos véus dos sonhos, e outros esforçam-se por viver nesse reino inefável. Decidi, então, construir esta utopia aqui, neste nosso mundo, para que em breve possamos transformá-lo e moldá-lo à imagem e semelhança de REM; para que a sua perfeição nos coloque em constante busca e superação…

Em REM, tentamos encontrar a Teoria Holística! A teoria que nos permite entender o mundo, nas suas mais variadas vertentes. Se entendermos a teia que nos envolve, podemos tecer soluções que atendam às suas necessidades.

Em REM, todos os cidadãos entram desde cedo nesta busca. A escola não é um espaço que os alunos frequentam durante apenas doze anos. É o espaço que cumpre o propósito determinado pela etimologia do seu nome —”Schole” — que significa “lazer” ou “tempo livre”. Tal como o tempo é contínuo e ininterrupto, também a escola se define como o tempo integral da vida dos seus habitantes. É um período onde todos se dedicam ao florescimento do intelecto e do “eu” interior. Temos, em verdade, a “escola da vida” diante de nós e acessível a todos!

Em REM, contactamos diretamente com a natureza. Inspiramos profundamente o perfume matinal do orvalho, acolhemos nos nossos ouvidos a melodia encantadora dos pássaros durante o dia e contemplamos extasiados a obra-prima do pôr do sol, que nos presenteia com a sua paleta de cores perfeita e sublime.

Em REM, não existe a ideia de Inferno nem de Céu. Para quê esta dicotomia, se a noção de maldade perde aqui o seu fôlego e se dissolve na fronteira da inexistência?

Em REM, somos livres e sabemos sê-lo. Não precisamos de leis que ditam o que podemos ou não fazer e moldam o nosso ser. Só o Bem tem palco neste lugar e não faz sentido reprimi-lo. Aqui, ele desabrocha em cada ação e multiplica-se em cada gesto.

Em REM, elegemos representantes que lutam, na linha da frente, pelo seu desenvolvimento. São eles os hábeis autores das receitas que refinam o quase-imaculado, convertendo-o em algo quase-quase-imaculado, preservando, contudo, acesa a chama da imperfeição. A perfeição é algo único e viver a sua singularidade seria entediante. Eles são eleitos por votação e substituídos, obrigatoriamente, a cada três anos, concedendo a oportunidade ao maior número possível de cidadãos de liderarem a grandiosidade do projeto que é governar REM.

Em REM somos iguais na nossa essência. Sabemos que o somos e vivemos em conformidade com esta igualdade. Respeitamos o próximo, sentimos um amor genuíno, envolvemos o outro com braços que transbordam compreensão e cultivamos justiça em todos os momentos. No fundo, reconhecemos que cada indivíduo é uma extensão de nós mesmos e esta ideia guia as nossas ações.

Em REM, todas as lágrimas estão secas, as tristezas dissipam-se no ar, o cuidado é eterno e o sofrimento já não tem lugar. Vivemos sem dor e sem aflição, apenas em plena paz.

“You may say I’m a dreamer

But I’m not the only one

I hope someday you’ll join us

And the world will live as one”

As one… as REM.

 

Matilde Pinto, 11.ºB

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