Textos Coletivos — 5.º ano

A viagem

Era uma vez uma lagarta chamada Tixa. Vivia num cogumelo envolvido pelas mais sumptuosas flores da floresta. No seu interior, a sua cama de folhas secas flutuava sob um quadro com uma paisagem primaveril, pintada com uma majestosa montanha com borboletas a voar em seu redor. Aí estava retratado o seu sonho, subir a uma montanha.

Certo dia, a lagarta Tixa decidiu concretizar esse seu sonho. Preparou a sua máquina fotográfica cogumelo e partiu.

Ao chegar a uma floresta verde, cheia de plantas e árvores, ouviu um barulho estranho. Olhou para a direita e não viu nada, mas quando olhou para a esquerda reparou que estava junto de uma avalanche de pedrinhas. Para as evitar, desviou-se. Contudo, o pior ainda estava para aparecer. Ao passar por um pântano verdejante e húmido, viu-se no pior lugar que podia haver, areias movediças. Ia-se afundando aos poucos e poucos, por isso, para tentar escapar à morte, pegou numa liana e amarrou-a a uma pedra. Rastejando com muito sacrifício, chegou a um lugar magnífico com uma lagoa tão brilhante como um espelho. A ladear as suas águas havia uma aldeia com modestas casas brancas e os campos verdes eram pintados de cor pelos imponentes pavões muito coloridos.

Perseverante, sempre confiante, continuou até que alcançou o topo da montanha. Deteve-se perante a linha infinita do horizonte, maravilhando-se com a imensidão do oceano e do céu.

Nesse momento, sentiu uns estranhos formigueiros e, por fim, cresceram-lhe umas asas, umas antenas e virou borboleta! Quis conhecer o mundo e voou, voou para longe.

A partir desse dia, todos os seus dias eram uma aventura imperdível.

5.ºA


O tesouro de Anita

Naquela manhã dourada, o céu ostentava o seu azul esplendoroso, convidando as pessoas a despertar e a aproveitar o mundo. Anita abrira os olhos castanhos e imediatamente sacudiu o cabelo castanho ondulado, emaranhado àquela hora, como um fio de algodão desalinhado. O seu rosto bonito parecia exibir grãos de areia dourados espalhados, ao acaso, pela pele branca e macia. Ergueu o corpo delgado como o caule de uma flor. No conjunto, o seu aspeto físico, gracioso e elegante, fazia lembrar um chorão de grande estatura, a agitar os seus ramos finos e preguiçosos pelo ar. Tratou logo de arranjar a sua mochila, com todas as roupas, utensílios culinários e objetos úteis para sobreviver na floresta sem comodidades. Saiu rapidamente de casa e foi ter com os amigos.

O dia passou-se com normalidade. Primeiro montou a sua tenda, depois envolveu-se nas brincadeiras habituais com as suas amigas. À noite, partilharam histórias de terror e de mistério e foi precisamente uma dessas histórias que despertou a curiosidade de Anita. Falava de uma mina abandonada que se situava perto daquele local. A rapariga sentiu uma vontade súbita de entrar e explorá-la. Nessa noite, depois de todos adormecerem, Anita levantou-se sorrateiramente e dirigiu-se à mina. Entrou a custo e com algum receio. Pouco depois, ouviu alguns ruídos estranhos e aproximou-se lentamente. Rapidamente percebeu que se tratava apenas de animais que faziam da caverna o seu abrigo. Reparou, no entanto, em algumas pegadas humanas no solo, que a surpreenderam, pois indicavam que pessoas ainda a frequentavam. Estas dirigiam-se para um trilho escuro e pouco visível, terminando num caminho muito baixo e difícil. Atreveu-se mais um pouco e, no final do caminho, tinha que rastejar, praticamente, para prosseguir. Quase desistiu, porém encontrou no chão pedaços de papel e uma cruz de madeira envelhecida. A custo, pelo espaço diminuto, arrancou a cruz e escavou o chão de terra com ela. Passados alguns minutos, encontrou uma superfície dura e, com um esforço inacreditável, arrancou um embrulho das entranhas da terra. Perplexa, abriu-o com cuidado e deparou-se com um cenário extraordinário. Dezenas de pedras preciosas rebrilhavam e reproduziam milhares de cores nas paredes sujas.

Guardou o embrulho na sua camisola e, a explodir de entusiasmo, regressou ao acampamento. Quando saiu da mina, viu que já amanhecia e percebeu que, àquela hora, já deveriam ter notado o seu desaparecimento. Logo que se aproximou, viu uma enorme confusão, pois os amigos preparavam já uma missão de resgate, por isso acalmou-os e contou-lhes o que sucedera.

Após alguns lamentos e explicações, todos celebraram e decidiram chamar os familiares e a polícia para saberem o que iria acontecer ao tesouro de Anita.

5.º B

 

À deriva no mar

Num belo dia de verão, um veleiro cruzava os oceanos. As ondas batiam na proa, rasgando as águas diáfanas e cristalinas. Peixes de todas as cores nadavam e saltavam em redor do barco. Os passageiros apreciavam a paisagem, contemplando a beleza pristina.

Ao entardecer, algumas nuvens negras aglomeravam-se no céu, trazidas pelo vento intenso, até que se desencadeou uma terrível tempestade. Apenas os trovões iluminavam, aleatoriamente, a noite que se aproximava rapidamente.

De repente, um trovão atingiu a embarcação, avariando os sistemas de controlo e deixando o barco à deriva.

Passados vários dias, foram dar à costa de uma ilha deserta que, apesar de ter as mais deslumbrantes paisagens, estava infestada de insetos venenosos.

Receosos, decidiram construir um novo barco com lianas, madeira, folhas de palmeira e canas de bambu.

Com os materiais já recolhidos, sobre os troncos de madeira, sobrepuseram as canas de bambu já ligadas às lianas e revestiram tudo com folhas de palmeira. Ao fim de vários dias, terminaram e não hesitaram em embarcar.

A imensidão do mar era de um azul cintilante. Os reflexos dos raios de sol faziam-no brilhar como diamantes. O barco navegava tranquilamente, cortando as leves ondas que iam surgindo.

No dia seguinte, observaram, no horizonte, um pequeno ponto negro que foi aumentando, aumentando, até se verificar tratar-se de um grande navio. Remaram na sua direção e, ao final de muitas horas, cansados e já quase sem esperança, aperceberam-se que haviam sido vistos. Pediram socorro, com todas as suas forças. Lá em cima, na proa do navio, alguns homens lançaram uma escada e todos subiram.

A tripulação era afável e prometeu levá-los de regresso a casa e em segurança. Finalmente, mais calmos, admiraram as magníficas cores do pôr do sol.

 5.º C

 

A natureza, uma raiz de vida

Era uma vez um jovem rapaz que vivia numa aldeia. Vivia na margem direita de um extenso rio de águas translúcidas e tranquilas. Da janela do seu quarto contemplava, habitualmente, aquele cenário idílico, imaginando-se um marinheiro de água doce.

Na outra margem, havia a igreja que, a todas as horas, marcava o tempo, ressoando as mais melodiosas badaladas.

Certa manhã de primavera, com os raios de sol a incidirem naquelas águas, apercebeu-se de umas invulgares manchas negras. Aproxima-se e verifica que, na realidade, havia sinais claros de poluição.

Levado pelo seu instinto protetor, decide seguir o percurso das manchas. Segue rio acima e chega a uma floresta. Depara-se com uma vasta clareira. No lugar das habituais e coloridas flores campestres, giestas, papoilas, urzes e margaridas, havia agora uma área devastada por detritos tóxicos. Por entre fetos e silvas, havia plásticos, garrafas de vidro, baterias e bidões espalhados ainda com restos de petróleo, óleo e gasolina. Observando mais pormenorizadamente, repara que todos aqueles resíduos estavam a ser arrastados pelas águas das chuvas para o rio, poluindo-o e destruindo os habitats.

Perplexo com esta imagem desoladora, regressa a casa, muito pensativo, imaginando mil e uma soluções para travar aquele flagelo. Ao atravessar a ponte, cruza-se com uma amiga, a Maria, que também estava indignada com a poluição do rio.

Nesse mesmo dia, formaram uma equipa de intervenção e proteção do ambiente com toda a comunidade da aldeia. Todos juntos comprometeram-se a reciclar e a plantar árvores.

Em pouco tempo, a floresta e o rio haviam renascido. Agora, as águas fluviais, saltando de seixo em seixo, entoavam as mais harmoniosas melodias, envolvidas pelo canto dos pássaros e das folhas ao vento. Pareciam uma orquestra em sintonia com o badalar dos sinos da igreja.

5.ºD

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