«Não obstante o pessimismo de que muitas das suas obras estão imbuídas, prestando-se a vários níveis de leitura, no décimo aniversário da sua morte preferimos recordá-lo como um autor que, no entanto, procurou destacar o fator humano que se esconde por detrás dos acontecimentos mais díspares.» É neste quadro que o jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, assinala o décimo aniversário da morte do escritor português José Saramago (16.11.1922 – 18.6.2010), primeiro na edição diária em italiano, e depois na edição semanal em português, esta com texto publicado a 23 de junho na internet.
O artigo, intitulado “Saramago e a miopia do mal”, começa por lembrar passagens do discurso que proferiu quando recebeu o prémio Nobel da literatura, em 1988, em particular a «homenagem deveras carinhosa ao seu avô materno, “o homem mais sábio que já conheci, embora não soubesse ler nem escrever”».