Em Ouro e Alma — Correspondência de Mário de Sá-Carneiro com Fernando Pessoa

1507-14

«Enfureço-me. Queria compreender tudo, saber tudo, realizar tudo, dizer tudo, gozar tudo, sofrer tudo, sim, sofrer tudo. Mas nada disso faço, nada, nada. Fico acabrunhado pela ideia daquilo que queria ter, poder, sentir. A minha vida é um sonho imenso. Penso, às vezes, que gostaria de cometer todos os crimes, todos os vícios, todas as acções belas, nobres, grandiosas, beber o belo, o verdadeiro, o bem de um só trago e adormecer em seguida para sempre no seio tranquilo do Nada.»

Alexander Search (heterónimo de Pessoa), outubro de 1908

Mário de Sá-Carneiro morreu cedo, aos 26 anos, em Paris, cidade onde passou os últimos anos da sua vida. Viveu na encruzilhada das vanguardas estéticas europeias, nomeadamente a imagética cubista, experienciou um turbilhão de sensações e é essa experiência que a sua correspondência com Fernando Pessoa testemunha.

Apesar da morte prematura, Sá-Carneiro deixou uma obra extensa. Publicou vários livros de contos, novelas, um romance e uma plaquette de poesia, Dispersão. Por editar ficou o manuscrito dos poemas de Indícios de Ouro e a correspondência de quatro anos com o amigo Fernando Pessoa.

Em Ouro e Alma é uma edição da correspondência de Mário de Sá-Carneiro e de Fernando Pessoa. Para além das cartas já conhecidas, o livro inclui ainda manuscritos, cópias autografadas dos poemas originalmente anexados às cartas, e fac-similes que valorizam “de um modo expressivo a dimensão gráfica dos originais”, como refere a nota introdutória da edição de Tinta-da-China.

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