O sol abrasava toda a floresta e eu, o pássaro mais divertido e aventureiro do mundo, sentia o calor intenso até nas penas. Era um belo dia de agosto e precisava de alimentar as minhas crias. Procurava especificamente uvas suculentas e saborosas e estava tão determinado na minha função que nem o calor cruel me desanimava daquela procura.
Voei de um lado para o outro e observei ao pormenor a paisagem. Simultaneamente, sentia a adrenalina de deslizar acima das altas montanhas. Num vale entre estes gigantes rochosos, vislumbrei vinhas, azinheiras e carvalhos. Como estava atenta à paisagem, distraí-me e afastei-me do percurso previsto, devido a uma corrente adversa. Tentei regressar, mas os meus esforços tornaram-se inúteis.
“Quem ficaria com as minhas crias?” pensei imediatamente. Então, decidi procurar um local conhecido. Finalmente, consegui chegar até ao ninho de uma ave amiga, que, certamente, iria ajudar-me. Mal a vi, contei-lhe a minha história e ela direcionou-me a casa.
Com a sua ajuda preciosa, apanhei as uvas dulcíssimas que avistara e regressei à companhia das minhas crias amadas, com a promessa de não mais me distrair.
Carolina Pinto, 5.º D