Numa manhã escura e ainda fria como a noite, António, um menino açoreano de 13 anos, decide procurar na rua alguém a quem possa ajudar. Enquanto pensa nisto, no lado oposto do passeio vê escorregar outro menino que se deslocava de skate. António corre velozmente para o levantar e lhe prestar a atenção necessária…
Do outro lado do Atlântico, numa cidade da costa leste dos EUA, depois da tarde passada numa instituição de voluntariado do bairro, John dirige-se para a paragem do autocarro que o levará tranquilamente até perto de sua casa. Ia já o jovem instalado e em viagem, a gozar de um merecido sossego, quando, mais à frente, entra no autocarro uma senhora idosa, com um aspeto cansado, cujo rosto evidenciava linhas de uma vida esforçada. Nem assim alguém cedeu lugar àquela pobre mulher. Alegremente, John oferece-lhe o seu lugar e o sorriso daquela senhora inunda o autocarro de gratidão…
Yanih, uma menina sardenta de 11 anos, brincava no parque da cidade japonesa onde vivia. Entre o verde das plantas e a parede lilás da cafetaria, observa-a uma mendiga. Primeiro, Yanih assustou-se um pouco mas respirou bem fundo o ar puro e lembrou-se de que poderia alimentar aquela mulher faminta. Com a sua semanada comprou uma refeição reconfortante que fez brilhar os olhos tímidos daquela anónima.
O que une António, John e Yanih e tantos outros meninos à volta do mundo é a vontade de cuidar das outras pessoas – novas ou idosas, ricas ou pobres – e envolver a Terra com o fio luminoso da solidariedade.
Maria Catarina Príncipe Girão, 5.ºD