ENTRE A FOLHAGEM #2

Conheci Mário Saa no âmbito da investigação no contexto do meu doutoramento em Literatura sobre a vida e obra de Guilherme de Faria. Há alguns anos que [na condição de bibliófilo] reúno na minha biblioteca as primeiras edições das obras de Mário Saa: Evangelho de S. Vito [1917]; Portugal Cristão-Novo ou os Judeus na República [1921]; Poemas Heróicos de Simão Vaz de Camões [prefácio de Mário Saa, 1921]; Camões no Maranhão [1922]; Táboa Genealógica da Varonia Vaz de Camões [1924]; A Invasão dos Judeus [1925]; A Explicação do Homem: através de uma auto-explicação em 207 táboas filosóficas [1928]; Origens do Bairro-Alto de Lisboa: verdadeira notícia [1929]; Nós, Os Hespanhóis [1930]; Proclamações à pátria: uma aliança luso-catalã [?]; Proclamações à pátria: até ao mar cantábrico [1931]; Erridânia: a geografia mais antiga do ocidente [1936]; As Memórias Astrológicas de Camões [1940]; As Grandes Vias da Lusitânia: o Itinerário de Antonino Pio [6 volumes, 1957-1967].

O Evangelho de S. Vito [1917] é a primeira obra de Mário Saa.

Duas capas diferentes do mesmo livro: à esquerda, a 1.ª edição, de 1917, com a capa original; à direita, a mesma 1.ª edição, mas com uma capa de 1921.

MS 1 (1)

1.ª edição, 1917. Lisboa, Monteiro & C.ª — Livraria Brazileira [190, Rua do Ouro, 192]. Composto e impresso na Imprensa Lucas [59, Rua do Diário de Notícias, 61].

Mário Paes da Cunha e Sá – Mário Saa – nasceu em 1893, nas Caldas da Rainha. Em 1895, a família regressa a Avis e o seu pai constrói [quatro anos depois] o Monte de Pero Viegas, onde Mário Saa residiu quase toda a vida. Em 1913, era aluno do Instituto Superior Técnico, em 1918 inscreveu-se no curso de Ciências Matemáticas e, em 1930, no curso de Medicina da Universidade de Lisboa.

A vida de Mário Saa dividiu-se entre a administração agrícola das suas propriedades e a investigação e produção literária. De acordo com o perfil dos intelectuais do seu tempo, interessou-se por temáticas distintas, publicando várias obras e numerosos artigos em periódicos. Dedicou-se à filosofia, à genealogia, à geografia antiga, à poesia, à problemática camoniana, às investigações arqueológicas, e mesmo à astrologia e à grafologia. A investigação que realizou sobre vias romanas resultou nos seis volumes de «As Grandes Vias da Lusitânia», produto de mais de vinte anos de investigações e prospecções arqueológicas.

Mário Saa destacou-se, também, no panorama da poesia portuguesa das décadas de 20 e 30. Morreu no Ervedal [Avis], em 1971.

MS 2

Fotografia inédita de Mário Saa, datada de 18 de julho de 1913.

Dedicatória para Aquilino Ribeiro no exemplar do Evangelho de S. Vito [1917], datada de 1 de fevereiro de 1924.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *