Impressões

I

«Certa manhã de outono, chovia a cântaros e a tempestade que se formava rugia como um leão feroz. O vento forte e rugoso batia na pele das pessoas, congelando-as com o seu frio gélido de lâmina. A chuva indomável caía gota a gota até rebentar, multiplicando-se em milhares de gotículas sobre o chão de alcatrão negro.»

II
«Passo a passo, o sol acordava todas as casas no seu caminhar quente de verão. Sugeria um grande dia solarengo e intensamente quente e, no seu movimento, tirava todos os habitantes das suas camas. A luz espreitava para dentro dos quartos silenciosos, deixando antever a cidade desperta e ruidosa. Brotara já da madrugada promissora uma magnífica manhã, apesar de ainda ser uma criança. No parque apenas se escutavam as árvores sussurrando umas com as outras. As folhas dançavam como bailarinas ao leve ritmo da brisa quente e o som harmonioso dos delicados pássaros constituía uma deslumbrante melodia.»

III
«Tudo parecia sinistro e sem vida. O silêncio percorria todos os recantos daquela biblioteca sem produzir ruído. Os livros estavam cansados, exaustos daquela ausência de tudo. Queriam que alguém lesse as suas palavras e os seus encantos. Mas tudo estava perdido devido ao desenvolvimento da humanidade e das máquinas. Assim, o pó demonstrava a sua longa existência e a pouca utilidade dos livros pousados. Apesar do aspeto sujo e do cheiro nauseabundo, ainda seriam capazes de enfeitiçar os leitores que desejassem percorrer as suas linhas.»

IV
«Naquela manhã triste, à hora do outono, o habitual e radioso sol fora substituído por uma devastadora tempestade de pedra, com ventos fortíssimos, semelhantes a feras esfomeadas e prontas a atacar. O gélido frio petrificava os membros das pessoas que se arrastavam pela rua, muito agasalhadas e rígidas pela severidade do agente. As pingas de chuva, ao cair no chão rugoso e escuro, pareciam o rugir e o aproximar de um leão.»

V
«Numa manhã fria e solitária, o vento soprava e parecia carregar almas a gemer de tristeza. Sidónio acordou lentamente e, mal se levantou, notou que, em vez do sol, o céu pontilhava-se de nuvens carregadas de lamentos murmurantes e de aconchego. Reparou depois que não havia crianças na rua e então foi rodeado por um círculo de luz radiosa, que, num ápice, esmoreceu.»

Descrições produzidas por alunos de 6º ano

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